Força Nacional atua durante as noites e madrugadas nos bairros mais violentos da Grande Belém

Serviço da tropa começou na segunda-feira (25). Foco é o combate ao crime organizado e o tráfico de drogas. Já estão nas ruas de Belém os integrantes da Força Nacional Os 200 homens da Força Nacional que chegaram para reforçar as ações da segurança pública no Pará já estão nas ruas da Grande Belém. O foco principal são os bairros que concentram os maiores índices de criminalidade em Belém, Ananindeua e Marituba. A cabelereira Fátima Aguiar mora na Terra Firme e lamenta mais um fim de semana violento no bairro: dois homens foram assassinados. “Um era lutador, treinava, participou do centro comunitário com capoeira. Um rapaz jovem, forte, cheio de vida. O outro era de uma família que eu conheci, a mãe dele morou comigo”, lamenta a moradora. O bairro da cabelereira, a Terra Firme, Guamá, Cabanagem, Jurunas e Bengui estão na rota da Força Nacional. Outros moradores dessas áreas também reclamam da insegurança. “A gente não pode sair nem a noite quase, todo temo só dentro de casa. A gente espera, em nome de Jesus, que melhore [a violência]”, disse a aposentada Maria Trindade. “A violência está muito grande hoje e a tendência é essa, da gente ter uma tranquilidade na nossa casa e até mesmo nossos familiares”, ressaltou o pedreiro Orlando Rodrigues. Para combater a criminalidade, a tropa começou a atuar na noite de segunda-feira (25). Os homens da Força Nacional vão patrulhar as áreas que registram mais crimes. O objetivo é implantar sete territórios de pacificação na região metropolitana de Belém. Os agentes vão atuar a partir do fim da tarde e durante a noite e madrugada. O foco é o combate ao tráfico de drogas e crime organizado. “Somos mais voltados a ocorrências de maior complexidade, crime organizado, abordagens aos suspeitos, e, na medida que o trabalho da Força Nacional for se desenvolvendo e com as informações que nos foram repassadas pelos órgãos de inteligência, nós vamos fazer ações pontuais no combate a essa criminalidade”, afirmou o tenente coronel Wilson Melo, da Força Nacional. A tropa vai permanecer no Pará durante três meses. Pará deve implatar territórios de pacificação com ajuda da Força Tarefa Nacional Combate à violência No Pará, mais de 3.700 homicídios foram registrados em 2018. Belém foi considerada uma das capitais mais violentas do país no ano passado. “Os bairros que estão sendo escolhidos têm uma média de 123 assassinatos por cada 100 mil habitantes. Portanto, significa quatro vezes o número do Brasil. E significa mais que o dobro da própria média do Estado do Pará. Por isso a decisão de, nesse momento, focar nas áreas que têm maior incidência de violência”, explicou o governador Helder Barbalho. O especialista em segurança pública Wando Nascimento afirma que a Força Nacional tem tido bons resultados em diferentes regiões do país, mas destaca a importância das ações de cidadania realizadas pelo estado para reduzir a violência. “Nós temos que lembrar que esses resultados acontecem porque a ação da Força é planejada em conjunto com as secretarias de segurança pública e demais órgãos de segurança”, destacou Waldo. A cabelereira Fátima diz ainda que quer se sentir segura, mas diz também que quer oportunidade para os jovens do bairro. “A gente precisa de um governo que olhe com mais carinho para a educação, construção de emprego e renda para os pais e para essa juventude, que não trabalha. Se ela é proibida de trabalhar, o menor, o que que ele vai fazer? Onde que ele vai estar? O salário mínimo não dá para segurar um moleque dentro de casa, a família perde a rédea”, disse. De acordo com o governador, as áreas atendidas com o reforço na segurança também devem receber ações de educação, cidadania e geração de emprego.

Fonte: G1 Pará.

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