Mais de 60 casos de estupro foram registrados dentro de escolas públicas do Pará em 2018, aponta Segup
O dado representa um caso de violência sexual por semana em instituições de ensino. Rede pública de ensino já registrou mais de 60 casos de estupro dentro de escolas em Belém Nem o ambiente escolar é seguro para meninas. A Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) informou que, apenas em 2018, 62 casos de estupro foram registrados dentro de escolas públicas no estado. Segundo o levantamento, isso representa um caso de violência sexual por semana em instituições de ensino. Ainda de acordo com a Segup, o último caso aconteceu há uma semana. Um aluno de 13 anos foi abusado sexualmente por funcionários terceirizados de uma escola de Belém. “A diretora me ligou da escola e disse que precisava falar comigo. Quando eu cheguei na escola já estava duas viaturas da polícia, já estava as advogadas da empresa. Eles já haviam sido detidos. A escola não sabia como me contar a situação porque aconteceu dentro da instituição de ensino”, afirmou o pai do adolescente, que não quis se identificar. Segundo o depoimento do jovem, dois funcionários que prestavam serviços de limpeza e segurança na escola chamaram ele para uma sala do colégio e trancaram a porta. Segundo a vítima, um dos agressores filmou o abuso. “Ele viu esse que gravou mostrando para o porteiro da escola que é da mesma empresa terceirizada. Ele mostrando o vídeo e apontando por meu filho e praticamente rindo da cara dele pela situação”, explicou o pai. Ele disse que a família procurou a polícia e o Ministério Público, mas os dois funcionários continuam livres porque não houve flagrante. A polícia informou que denúncias como essas são encaminhadas para a Fundação Pará Paz, o antigo Pró-Paz. Apesar da falta de provas, a delegada da divisão de atendimento à grupos vulneráveis, Priscilla Morgado, diz que os casos devem ser apurados. “A palavra da vítima deve sempre ser valorizada. É como aquilo que a gente vai materializar. Não importa se tem poucas fórmulas. Se a pessoa tiver alguma prova, isso vai ajudar ainda mais”, afirmou. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou que teve conhecimento do caso por meio de relato da direção da escola e que já providenciou o afastamento de um dos funcionários terceirizados envolvidos no episódio. A Seduc também disse que vai aguardar a conclusão da investigação policial. Além disso, uma equipe da secretaria está atuando pedagogicamente junto à direção, aos técnicos, alunos e demais funcionários para orientar sobre como proceder para evitar casos de violência nas escolas. Ainda segundo a Seduc, esse trabalho já é feito ao longo do ano em todas as escolas da rede estadual de ensino.
Fonte: G1 Pará.
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