Presídio de Altamira, onde 58 detentos foram mortos, é vistoriado pela OAB, Defensoria Pública e Pastoral Carcerária


A segurança foi reforçada por agentes do Grupo Tático Operacional (GTU), durante a visita. Além de verificar as condições da casa penal, o grupo ouviu alguns detentos. Presídio de Altamira é vistoriado pela OAB, Defensoria Pública e Pastoral Carcerária O Centro de Recuperação de Altamira (CRRALT), no sudoeste do Pará, foi vistoriado nesta terça-feira (6) por representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública e Pastoral Carcerária. A visita para verificar a situação do local ocorre uma semana, após o confronto entre facções que deixou 58 mortos na unidade. A segurança foi reforçada por agentes do Grupo Tático Operacional (GTU), durante a visita. Além de verificar as condições da casa penal, o grupo ouviu alguns detentos. De acordo com Evander Fontenele, da OAB-PA, apesar do reforço no número de agentes, que passou de 10 para 18, a situação continua precária, porque metade dos agentes estaria trabalhando no período da noite. "Ocorre que eles ficam até às 18h, então à noite fica um número ainda menor, apenas nove", disse. Ainda segundo Fontenele, a estrutura física, que foi danificada durante o episódio do massacre, já passou por reparos, mas os detentos reclamam da falta de alimentos, roupas e medicamentos para doentes. "Eles reclamaram que a assistência à saúde não está eficiente, que há pessoas doentes e estão dormindo no chão", afirmou. De acordo com os relatos, pelo menos 118 presos estariam divididos em dois blocos de celas. Detentos pularam muro e fugiram pela mata fechada que cerca o presídio. Glaydson Castro/ TV Liberal Aos membros da Pastoral Carcerária, os detentos cobraram melhor assistência na penitenciária. "Eles estão sem banho de sol há uma semana, sem visitas e não sabem como estão os familiares", explicou a irmã Petra Silva Pfaller. A direção do CRRALT informou que as visitas estão suspensas pelo período de 15 dias, por medida de segurança. Após esse período, segundo a diretoria, será feita uma nova avaliação para liberar ou não as visitas dos parentes. Durante a tarde, a Defensoria Pública do Estado (DPE) fez uma reunião com representantes das famílias dos 58 mortos no massacre para discutir sobre os direitos às indenizações. A DPE informou que, neste primeiro momento, cinco famílias foram atendidas no Núcleo Regional do Xingu, e acolhidas no Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos e Ações Estratégicas, onde receberam explicações sobre o atendimento jurídico. Ainda segundo a Defensoria, uma assistente social e uma psicóloga estão atendendo individualmente os familiares dos presos que morreram. Além disso, as equipes fazem os encaminhamentos ao Centro de Atenção Psicossocial. A Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) informou que a alimentação e o atendimento médico estão ofertados normalmente no presídio. Massacre no presídio Um confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos. Na segunda-feira (29), líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram a cela onde estavam internos do Comando Vermelho (CV). De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado carbonizado nos escombros do prédio. Após as mortes, o governo do estado determinou a transferência imediata de dez presos para o regime federal. Outros 36 seriam redistribuídos pelos presídios paraenses. Outros quatro presos morreram foram mortos durante o transporte para Belém. Com isso, o número de mortos chegou a 62. Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera o presídio de Altamira como superlotado e em péssimas condições. No dia do massacre, havia 308 custodiados no regime fechado. De acordo com a Susipe, a capacidade máxima da unidade é de 208 internos. Massacre no presídio de Altamira Arte/G1 Initial plugin text


Fonte: G1 Pará



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